Rosa Pálida

A chuva ia batendo na janela, os pingos iam formando músicas, depois de uma tarde silenciosa a noite ia caindo, o sol deu lugar a um temporal, ou talvez eu tenha feito um temporal, talvez seja só uma chuva de verão. Contando os minutos esperava algo acontecer, os dias começaram a ser iguais, enquanto a chuva caia, minha alma sangrava, e a cada lembrança era como se uma faca fosse enfiada em meu peito, o dia ia escurecendo ou era minha vida que estava escurecendo? Naquela hora me lembrei de tudo que eu já fiz de bom, depois de um minuto sem lembranças, resolvi morrer, e enquanto isso as gotas d'água continuavam a cair como se nada estivesse acontecendo.