quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Outra noite triste, doía seu coração, de seus olhos transbordavam lágrimas, suas mãos estavam geladas, eram assim todas suas noites desde o dia em que ela se foi, Gabriel chorava, sentia frio, sentia a falta daquela linda mulher cujos cabelos eram longos e macios, cujas maças do rosto eram de um vermelho invejável, ela se chamava Bruna. Dona de uma beleza única, dona de uma sensibilidade charmosa, perfeição realmente existia pensava Gabriel. Agora lhe restavam lembranças de um passado bom, lembrava-se das noites de inverno que dormiam abraçados, do cheiro que Bruna tinha, de suas curvas, de seu peso perfeitamente distribuído. Era mais que uma mulher, costumava correr atrás de seus ideais, costumava ser sempre forte, ironicamente descobriu um tumor no cérebro em estado avançado, e isso deixou-a a batida  já não se alimentava bem como de costume,  não sorria como normalmente. Meu anjo era assim que costumava chama-la, após a infeliz descoberta ele procurava não tocar no assunto para não deixa-la triste, mesmo assim ela se afastava tentava terminar o relacionamento para evitar sofrimentos maiores, mas ele a interferia e repetia a frase: Na saúde na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. Ela sabia que tinha poucos meses de vida, e ele também. Aproveitaram juntos os dias que a restavam, faziam coisas diferentes, foram mais felizes que nunca. Certo dia após acordar Gabriel levantou-se foi até a cozinha ao retornar  deu um beijo na testa de sua mulher que estava deitada ao seu lado, percebeu que ela estava gelada, conferiu sua respiração e o pior havia acontecido o maldito câncer havia a levado. O enterro e o velório dela foram os piores dias da vida de Gabriel, costumava nem lembrar para evitar maiores sofrimentos, hoje semanas após Gabriel pintava o retrato da mulher de sua vida, daquela que possuía o sorriso mais doce, os olhos brilhantes e cabelos macios, ele abraçava-a todas as noites sentia seu cheiro. Lembranças eram isso que lhe restavam, lembranças e retratos daquela que fez sua vida ter algum sentido um dia.

Um comentário: